sábado, 10 de novembro de 2012

Âmbar

Um samba
no canto do sorriso decidido
Pés deslizam, nús, no lamear de terras
que laranjas colorem os tecidos

Indo ao norte da certeza que liberta, que canta
E o seu cantar soa bem, tão bem, aos ouvidos

Sinos e melodias
Toques e retoques

Onde há espaço: andar
Andar, calmamente
para lá e para cá
para ali e para aqui

O mistério cativo me chama para a dança
envolve seus braços em meu corpo, e balança
O vento sopra confiante a cada fio de cabelo destemido
a pele congela
os olhos se vidram, brilhantes
delicados

Pés sem atrito
Tecido colorido

Folhas sussurrando
pássaros conversando
A água se deixando levar
Leve...
âmbar.







segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Cadência

Saboreia, amor
Saboreia

Engole a seco o doce gosto do sangue preso ao talo da garganta
chafurdado no mais imundo borbulhar de almas
Impetulantes

Cuspa, incrédulo ser
Cuspa

Sem qualquer receio ao peito do amado tempo
que te carrega a vida sem nem pedir licença
E apenas leva...  E longe, aos tropeços

De olhos fechados
Saboreia, amor: A Dor.

domingo, 4 de novembro de 2012

Querela

Todo dia tem alegoria
Vem ser você na nossa fantasia

Que bem lhe faria?

Fotografia

Sorriem com gestos e vozes
O mundo deixa sua fantasia de planeta cair
Só pra dançar nú às custas dos olhares sonoros dos dois 

Servir café quente sem queimar
Atraente é saber
Amar, de va gar

Salivam
Saúdam
Se amam
Se grudam

Todo dente exposto é filho univitelino da tristeza

É no pé da relação
Suor liso
Depilação
Que o papo de umbigos é posto em lençóis
Pescoços compridos, comprimidos são sementes de girassóis

Ombros feito pedra
Coxa com canela
Tinta cai da tela
Corpo se escorrega
Escorre pelo chão
Varanda sem janela
Parede não congela
Sequela,
Amor,
Perdão.