domingo, 4 de dezembro de 2011

Salvador Dalí

Necessidade de mudança, corpo, estabilizar a alma
Vontade de engolir o mundo. Passar por todas as emoções
todas as felicidades, sofrimentos.
Que eu cresça. Espiritualmente, como indivíduo,
não como cegos atrás de uma ilusão.
Mudar o olhar sem mudar a essência. Mudar a estética sem mudar a ética.
Olhar e ser visto. Transparecer a alma em um corpo. No meu corpo.
Insistir em algo que desejo. Entregar-me as pessoas. Amar.
Desamar. Amar. Desamar. Amar. Desamar. Amar... Ahhh... Amar...
Novas pessoas, novos lugares, bebidas, comidas e músicas.
Culturas e assuntos novos.
Entregar-me a vida que sempre mantive censurada.
Dar espaço para que possam mergulhar em mim...
Nunca me senti tão viva.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Gosetonobro

As gotas do céu acompanhavam as lágrimas do meu rosto, tristemente vermelho. Gota a gota secava-se em minha face já enrijecida, escuridão. Cega de medo e insegurança, meus sonhos dissipavam-se. Perdiam o valor. Já não acreditava, nem mesmo o pior  anúncio me surpreenderia mais. Sem controle dos meus pensamentos, meu sorriso desaparecera. Meu sorriso espontâneo, que vinha de dentro. Tudo havia se perdido. Crença nenhuma, principalmente a individual. O que foi que fiz? Perdi-me dentro de mim e não consigo me encontrar.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

"Que algo sempre nos falta - o que chamamos de Deus, o que chamamos de amor, saúde, dinheiro, esperança ou paz. Sentir sede, faz parte. E atormenta."

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Milady e o Vagabundo

Sinto tanto a sua falta, gostaria de ter te ligado antes. Por que não ligou? Até tentei, desligava antes do primeiro toque. Medo? Sim, muito, nunca consigo ter certeza do que você está pensando. Você é insegura.  O que acha que estou pensando agora? Não faço ideia. Chuta. Que me acha lindo? Convencido. Se não é isso o que é? É isso sim. Mentira. Verdade. Gostosa. Hum. Sério. Estava com saudade. Eu também, nunca esqueço aquela tarde no Parque da Independência, o sol estava confortando o momento. Você tinha dito que eu te confortava. Também, mas o sol em especial. Você é especial. Eu sei. Me dá um abraço. Você continua quente, e cheirosa. 2 anos atrás estavamos nus. Podemos ficar de novo. Tá bom. Posso abrir seu vestido milady? Não. (---) Mentira, pode. Nada como o silêncio para constranger. Você continua me dominando. É que eu sou irresistível. Na verdade acho que estou carente, você é homem de apenas uma noite. Mas ainda está dia. Não foi isso que eu quis dizer. Eu sei, estava tentando ser engraçado. Não conseguiu, precisa de ajuda com o zíper? Não consigo abrir. Percebi. Consegui, nossa seus seios continuam lindos. Colágeno. E sua alma continua fria. Vamos ao que interessa. Agora você quer? Sim. Tá. Porra. O que foi? Esqueci a camisinha. Não quer engravidar? Não. Nós podiamos ter um filho. Não quero ter filhos com você, já disse. Não disse. Estou dizendo agora. Você está trancada. Você me deixa assim. Por que? Já disse. Medo? Sim. Vem cá. Você tem cheiro de sabonete, sua boca é linda, adoro sua barba. Adoro tudo em você. Eu também. Em mim ou em você? Em você. Podiamos ficar assim pra sempre. Você se importa comigo? Sempre te observo, nunca te disse, mas sempre te observo. De onde? Do meu carro, pelo menos uma vez na semana te sigo. Louco. Por você. Por que não me ligou? Insegurança. Você? Inseguro? Também sou uma pessoa. Nunca imaginei. Então. Casa comigo? Caso. Não estou brincando. Eu também não. Mas a gente mal se conhece. Eu te conheço. É verdade. E então? Isso basta. É.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Desejos Divinos

Meu corpo almeja seus lábios,
úmidos e macios, envolvendo meus seios
a buscar por minha alma...
Meu corpo suplica seu toque,
áspero e rápido, deslizando em minha pele
esta que busca o calor de suas mãos...
Meus ouvidos cobiçam tua voz rouca
que me traz arrepios. Que me enche de volúpia
Meus dedos procuram tua face,
meus olhos procuram seu sorriso
meu olfato busca teu cheiro quente...
Mas é tudo tão proibido que apago...
...Para que no imaginário eu possa te encontrar.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

:-)

Sem dúvida, o melhor escritor: Caio Fernando Abreu
"Quando percebi, estava olhando para as pessoas como se soubesse alguma coisa delas que nem elas mesmas sabiam. Ou então como se as transpassasse. Eram bichos brancos e sujos. Quando as transpassava, via o que tinha sido antes delas, e o que tinha sido antes delas era uma coisa sem cor nem forma, eu podia deixar meus olhos descansarem lá porque eles não se preocupavam em dar nome ou cor ou jeito a nenhuma coisa, era um branco liso e calmo. Mas esse branco liso e calmo me assustava e, quando tentava voltar atrás, começava a ver nas pessoas o que elas não sabiam de si mesmas, e isso era ainda mais terrível. O que elas não sabiam de si era tão assustador que me sentia como se tivesse violado uma sepultura fechada havia vários séculos. A maldição cairia sobre mim: ninguém me perdoaria jamais se soubesse que eu ousara. Ninguém me perdoaria se soubesse que eu sei o que elas são, o que elas eram."

1.1

É incrível como temos o talento de nos colocar para baixo. Achar que nunca somos bons o suficiente para determinada pessoa, ou determinada função. Que vamos conseguir  tal objetivo com certa dificuldade, ou mesmo, que não vamos conseguir. Acreditamos que tudo é muito difícil e que ficar parado é mais seguro, mais confortável, menos arriscado. Estaca zero. Não gritar por vergonha do que os outros vão pensar. Não tirar a blusa no meio da rua. Não dançar, não cantar, não comemorar com  fervor quando estivermos felizes. Não roubar um beijo de quem se almeja. Sempre pensando no que os outros vão pensar, no que a pessoa vai pensar. Insegurança. Na realidade nós somos nosso pior inimigo. Você é seu inimigo. Ficamos presos a nossa consciência limitando nossa espontaneidade, o que muitas vezes resulta em um final que nem sempre é o desejado. Correr atrás do que se quer nem sempre é difícil... Mas vai dizer isso para a sua bunda né. É mais fácil por a culpa na sociedade.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

La noche eterna

Brilho intenso,
uma Luz que parece nunca acabar
mas de repente fica escuro
e o murmúrio atormenta, me envolve...
As ideias não fazem mais sentido,
perco-me em mim
Desacreditada nas almas que me rondam
sigo sem ter visão,
embreagada em ilusões e sonhos longínquos
Limito-me à minha escuridão.


segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Dia e noite

Essa fria brisa congela o meu peito e me confunde. Confunde o pensamento em relação ao mundo, ao tudo, ao mudo, ao turvo. A poeira limita minha visão, me censura, me prende ao chão. Acordo. Opa, cuidado, estou passando, estou com pressa! Maldito trânsito!! Saia da minha frente, estou atrasado. Calma, respira, respira. Escravo do tempo, do trânsito. Do comércio. Do consumo. Da vida. O agora já virou passado..

terça-feira, 26 de julho de 2011

Hope

Longe, lá longe
onde os ventos gritam por socorro
Uma bela flor se esconde
bem no alto do morro

Longe, bem longe
de todo o perigo que nos ronda
Uma bela flor se esconde
no alto da terra redonda

Sem maldade, artificialidade, castidade
Uma bela flor se esconde
no alto do monte.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Tell me babe


Why don't you love me?
Tell me baby
Why don't you love me?
When I make me so damn easy to love
Why don't you need me?
Tell me baby
Why don't you need me?
When I make me so damn easy to need

domingo, 24 de julho de 2011

Arrebita

Em uma tarde sem ter o que fazer, resolvi acompanhar a programação de minha tv. Assisto 2 filmes, ambos comédias românticas. Filmes tolos que, normalmente, possuem um final feliz. Então fiquei pensando: em que esses filmes acrescentam em nossas vidas? Só criam a ilusão de que o romance perfeito existe, ou melhor, a pessoa linda, perfeita e rica existe, e que um dia você vai encontrá-la. Mas no final das contas,   você se sente um lixo, alguém cujo mal consegue ter uma história de amor tão intensa, proíbida, carnal, como as quais são representadas nos filminhos holywoodianos. E então, você começa a menosprezar a sua vida, duvidar de que você é especial, achando que o problema está em si. Sente-se insatisfeito com sua aparência, insatisfeito com sua personalidade, insatisfeito por nunca ter vivido uma história tão linda como é demonstrado nos filmes. Na verdade tudo não passa de uma anestesia. Até quando o silêncio para e vem o murmúrio.

domingo, 17 de julho de 2011

W.d.y.lov.m?

É incrível como ainda me pego pensando em você. Sendo que nem sei o motivo pelo qual me importo com essa situação. Apenas nos vimos três vezes. Como isso pode me afetar? Tento te tirar do meu pensamento, mas é mais forte do que eu. Sinto que preciso cuidar de ti, e mal te conheço...

sábado, 4 de junho de 2011

Noite

Um olhar, um meio sorriso
Um beijo, um meio afeto
Um momento parcialmente feliz
que aos poucos vai se dissipando...
Deixando de ser plural
Para voltar ao início, ao vazio, ao singular.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Enatan

"O amor é finalmente
um embaraço de pernas,
uma união de barrigas,
um breve tremor de artérias.

Uma confusão de bocas,
uma batalha de veias,
um rebuliço de ancas,
quem diz outra coisa é besta."
Gregório de Matos Guerra

"Enquanto pessoas perguntam por que, outras pessoas perguntam por que não? Até porque não acredito no que é dito, no que é visto. Acesso é poder e o poder é a informação. Qualquer palavra satisfaz. A garota, o rapaz e a paz quem traz, tanto faz. O valor é temporário, o amor imaginário e a festa é um perjúrio. Um minuto de silêncio é um minuto reservado de murmúrio, de anestesia. O sistema é nervoso e te acalma com a programação do dia, com a narrativa. A vida ingrata de quem acha que é notícia, de quem acha que é momento, na tua tela querem ensinar a fazer comida uma nação que não tem ovo na panela que não tem gesto, quem tem medo assimila toda forma de expressão como protesto!"

quarta-feira, 1 de junho de 2011

"Nada em mim foi covarde, nem mesmo as desistências: desistir, ainda que não pareça, foi meu grande gesto de coragem."

Em vez de um ponto, uma vírgula

"Olha, eu estou te escrevendo só pra dizer que se você tivesse telefonado hoje eu ia dizer tanta, mas tanta coisa. Talvez mesmo conseguisse dizer tudo aquilo que escondo desde o começo, um pouco por timidez, por vergonha, por falta de oportunidade, mas principalmente porque todos me dizem que sou demais precipitado, que coloco em palavras todo o meu processo mental (processo mental: é exatamente assim que eles dizem, e eu acho engraçado) e que isso assusta as pessoas, e que é preciso disfarçar, jogar, esconder, mentir. Eu não queria que fosse assim. Eu queria que tudo fosse muito mais limpo e muito mais claro, mas eles não me deixam, você não me deixa." C.F.A.

I know they're watching

terça-feira, 31 de maio de 2011

segunda-feira, 30 de maio de 2011

2 e 2 são 4

"Como dois e dois são quatro
Sei que a vida vale a pena
Embora o pão seja caro
E a liberdade pequena
Como teus olhos são claros
E a tua pele, morena
como é azul o oceano
E a lagoa, serena
 Como um tempo de alegria
Por trás do terror me acena
E a noite carrega o dia
No seu colo de açucena
- sei que dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena
mesmo que o pão seja caro
e a liberdade pequena." F.G.

Feel Good Hit Of The Summer

sábado, 28 de maio de 2011

Os dragões não conhecem o paraíso

 "Cada vez menos para que minha compreensão fosse sedutora, e cada vez mais para que essa compreensão ajudasse a mim mesmo a. Não sei dizer. Quando penso desse jeito, enumero proposições como: a ser uma pessoa menos banal, a ser mais forte, mais seguro, mais sereno, mais feliz, a navegar com um mínimo de dor. Essas coisas todas que decidimos fazer ou nos tornar quando algo que supúnhamos grande acaba, e não há nada a ser feito a não ser continuar vivendo. Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim: que seja doce. Quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo, repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante. Mas, se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder. Tudo é tão vago como se não fosse nada. "  Caio Fernando Abreu 

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Socorro

"Socorro, não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar, nem pra rir
Socorro, alguma alma, mesmo que penada
Me entregue suas penas
Já não sinto amor, nem dor, já não sinto nada
Socorro, alguém me dê um coração
Que esse já não bate, nem apanha
Por favor, uma emoção pequena
Qualquer coisa
Qualquer coisa que se sinta
Em tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva
Socorro, alguma rua que me dê sentido
Em qualquer cruzamento, acostamento, encruzilhada
Socorro, eu já não sinto nada, nada"

Arnaldo Antunes/Alice Ruiz

quinta-feira, 14 de abril de 2011

A Flor

"Ouvi dizer
Do o teu olhar ao ver a flor
Não sei porque
Achou ser de um outro rapaz
Foi capaz de se entregar
Eu fiz de tudo pra ganhar você pra mim
Mas mesmo assim...
Minha flor serviu pra que você
Achasse alguém
Um outro alguém que me tomou o seu amor
E eu fiz de tudo pra você perceber
Que era eu...
Tua flor me deu alguém pra amar
E quanto a mim?
Você assim e eu, por final sem meu lugar
E eu tive tudo sem saber quem era eu...
Eu que nunca amei a ninguém
Pude, então, enfim, amar...vai!"
Rodrigo Amarante/Marcelo Camelo

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Generalizando

Permitir ser. Somos?
Sentir-se parcialmente
Camuflar-se por medo,
medo de aceitação
Vestindo uma máscara
escondendo a verdadeira essência
Censurando o inconsciente
 somente para adequação.

E a parte do livre,
do pessoal,
do espontâneo
Fica em nós, guardado
em uma caixinha que,
lá dentro já se perdeu.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Expectativa e realidade

Às vezes é preciso "levar na cara" para ver que a nossa realidade é muito diferente de nossas expectativas. Fazemos expectativas das pessoas, dos momentos, dos lugares, do tempo, de tudo... E muitas vezes acabamos vendo que a vida não é tão 'doce' quanto imaginávamos. As pessoas não são perfeitas, os momentos e os lugares muitas vezes não são como idealizamos, e o tempo... Ah, o tempo não tem explicação. Ele passa rápido se estivermos felizes, passa devagar se estivermos tristes e quase para quando estamos com alguém que gostamos. Quebramos a cara quando a realidade não corresponde com as expectativas. Nos desiludimos, muitas vezes desistimos, as vezes até abrimos mão de nossos sonhos pois em algum momento algo colocou nossos pés no chão de uma forma cruel e com muito sofrimento. Mas o que quero dizer com tudo isso é que sempre devemos nos encorajar, persistir, sonhar, desejar, ansiar e lutar pelos nossos objetivos, pois nada nessa vida é de graça, tudo é questão de merecimento. Não digo o merecimento que outro ser um humano vai lhe dar em forma de recompensa. Digo o merecimento interior, sua consciência limpa, em paz, por ter feito tudo e mais um pouco que podia para realizar uma meta. Sua dignidade, sua honra, seu caráter. Mas é preciso ter muita coragem para persistir e continuar. Nunca, nunca, é tarde para recomeçar. Somos nós que fazemos nossa própria história, que traçamos nosso próprio caminho. Ninguém é perfeito, todos temos defeitos, mas devemos lembrar que o amor e o empenho sempre devem estar presentes, pois se estiver, meu caro, não há ninguém que consiga tirar de você esse desejo de conquista.

terça-feira, 8 de março de 2011

Índios

Quem me dera
Ao menos uma vez
Ter de volta todo o ouro
Que entreguei a quem
Conseguiu me convencer
Que era prova de amizade
Se alguém levasse embora
Até o que eu não tinha
Quem me dera
Ao menos uma vez
Esquecer que acreditei
Que era por brincadeira
Que se cortava sempre
Um pano-de-chão
De linho nobre e pura seda
Quem me dera
Ao menos uma vez
Explicar o que ninguém
Consegue entender
Que o que aconteceu
Ainda está por vir
E o futuro não é mais
Como era antigamente.
Quem me dera
Ao menos uma vez
Provar que quem tem mais
Do que precisa ter
Quase sempre se convence
Que não tem o bastante
Fala demais
Por não ter nada a dizer.
Quem me dera
Ao menos uma vez
Que o mais simples fosse visto
Como o mais importante
Mas nos deram espelhos
E vimos um mundo doente.
Quem me dera
Ao menos uma vez
Entender como um só Deus
Ao mesmo tempo é três
E esse mesmo Deus
Foi morto por vocês
É só maldade, então
Deixar Deus tão triste.
Eu quis o perigo
E até sangrei sozinho
Entenda!
Assim pude trazer
Você de volta pra mim
Quando descobri
Que é sempre só você
Que me entende
Do iní­cio ao fim.
E é só você que tem
A cura do meu vício
De insistir nessa saudade
Que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.
Quem me dera
Ao menos uma vez
Acreditar por um instante
Em tudo que existe
E acreditar
Que o mundo é perfeito
Que todas as pessoas
São felizes...
Quem me dera
Ao menos uma vez
Fazer com que o mundo
Saiba que seu nome
Está em tudo e mesmo assim
Ninguém lhe diz
Ao menos, obrigado.
Quem me dera
Ao menos uma vez
Como a mais bela tribo
Dos mais belos índios
Não ser atacado
Por ser inocente.
Eu quis o perigo
E até sangrei sozinho
Entenda!
Assim pude trazer
Você de volta pra mim
Quando descobri
Que é sempre só você
Que me entende
Do início ao fim.
E é só você que tem
A cura pro meu vício
De insistir nessa saudade
Que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.
Nos deram espelhos
E vimos um mundo doente
Tentei chorar e não consegui

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Everlong

Um ponto em que quase nada faz sentido, que você nem sabe mais o que é sentir o coração acelerar por alguém ou apertar por algo ter acontecido, não saber o que é saudade, mesmo tendo pessoas distantes... Se sentir diferente. Na verdade não sentir, mas saber que você é diferente. Não possuir, não tocar. Não se importar, não me importo. Aprendi a me respeitar e sei que possuo sentimentos e emoções distintas das outras pessoas, que a minha vida acontece em um ritmo mais lento, talvez por ter medo de insistir, não sei. Não tenho certeza de nada. De uma coisa eu sei: quanto mais tento entender a vida mais me perco, mais me sinto deslocada, mais duvido das pessoas, mais duvido da minha fé. Isso soa um pouco como loucura, não diria que é loucura e, sim desespero. Queria possuir uma voz tão forte para que todos me ouvissem, ouvissem o que eu tenho a dizer. Mesmo tendo pensamentos mutáveis e impulsivos. Mas o que eu tenho a dizer? Dizer que possuo sentimentos e emoções que não são meus? Só para tentar me adequar a sociedade? Não ligo para isso... Na verdade ligo sim, pois se não ligasse não pensaria em que roupa usarei amanhã.
 "Não que estivesse triste, só não sentia mais nada."... No final de contas, o que é se importar?

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Pris Au Piège

Liberta-me do sujo
Liberta-me do puro
Liberta-me de ti
Inventemos um meio termo que não nos afaste

Severa verdade e doce mentira
Claramente, esta, que aproxima. E mentimos sem medo
Por sermos só nós, por ninguém suspeitar
E nos perdemos na omissão

Sufocando nossa consciência em maldade
Ou seria caridade?
Peco em não responder aos nossos frágeis alicerces
E nos suportamos em um só dedo

Se te peço que sumas, eu caio
E por pouco tempo me liberto na queda
Tão fundo buraco que não posso te alcançar
Quem pediu para que o escavássemos assim?

Liberta-me de ti
Liberta-nos de nós.

( Laura Santomelli )

Fragmentos

"Eu quero chafurdar na dor desse ferro enfiado fundo na minha garganta seca que só umedece com vodca, me passa o cigarro, não, não estou desesperada, não mais do que sempre estive, nothing special, baby, não estou louca nem bêbada, estou é lúcida pra caralho e sei claramente que não tenho nenhuma saída, ah não se preocupe, meu bem, depois que você sair tomo banho frio, leite quente com mel de eucalipto, ginseng e lexotan, depois deito, depois durmo, depois acordo e passo uma semana a banchá e arroz integral, absolutamente santa, absolutamente pura, absolutamente limpa, depois tomo outro porre, cheiro cinco gramas, bato o carro numa esquina e ligo para o CVV às quatro da madrugada e alugo a cabeça dum panaca qualquer choramingando coisas do tipo preciso-tanto-de-uma-razão-para-viver-e-sei-que-essa-razão só-está-dentro-de-mim-bababá-bababá e me lamurio até o sol pintar atrás daqueles edifícios sinistros, mas não se preocupe, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais autodestrutiva do que insistir sem fé nenhuma?”
(Os Sobreviventes - Caio Fernando Abreu)

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Desapego

Delicada é a angústia que lhe ronda
através de ventos inquietos,
retratando seu sorriso vazio

Raro o desejo que me toma
ao tocar seus lábios,
contagiados de tanto temor

Temerosa é a conquista que me aflige
ao disputar-lhe com um outro alguém

Diga-me que fica
ou me deixe em paz

Não me deixe em paz.

You know they all pretend

Como alguém pode ser tão especial mesmo não fazendo nada? Por qual motivo tenho uma ligação tão forte com alguém que se afastou?  Eu queria poder entender isso. Parece que quanto mais tempo se passa depois do fim, mais ligada eu estou a pessoa, como se nós estivessemos presos. Queria saber se você sente isso por mim também ou se eu sinto por nós. Tento me livrar desse sentimento mas sempre que me desligo, acontece algo e volto a sentir de novo. Quando vou me ver livre disso? Algo dentro de mim me diz que preciso cuidar de você... Mas por que?  .... Só queria conseguir entender.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Continência ao Senhor Vestibular

Durante a nossa vida escolar inteira fomos preparados para uma prova que marcará uma etapa importante em nossas vidas: o Vestibular. Fomos tratados como verdadeiras máquinas, onde, os professores "depositam" as informações e conhecimentos adquiridos em sua especialização ("depositam" ou te forçam a "depositar"), para o nosso maior preparo para essa cruel avaliação. Ao pensar em vestibular, logo tenho a imagem de uma peneira que, separa e segura os estudantes mais preparados e deixa passar os que não estão tão bem preparados quanto os outros. Segregação. A escola passa a impressão de que todo o nosso conhecimento, adquirido em longos anos de ensino fundamental e ensino médio, foi por um motivo principal: uma prova ridícula que mais testa a sua resistência do que o seu conhecimento, e que, consequentemente, trará nome para a escola onde você estuda (se você passar em uma faculdade estadual/federal, claro). E não, como prioridade, para tornarmos adultos com uma base educacional boa. Como se tudo o que aprendemos fosse para ser usado em um único dia. Criamos então a ideia de que o vestibular é o "ser" mais poderoso que existe, temos medo, angústia, noites mal dormidas, stress, unhas roídas, mudanças fortes de comportamento, tudo depende da pressão que está em você no momento. Desumano. Competição. Egoísmo. Individualismo. Sistema educacional ridículo!  

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Amor Platônico

Envolto na cachoeira de seu sorriso
levado pela correnteza de sua alma
Mergulhado no profundo dos seus olhos
Penetrado no calor de sua pele distante

Uma noite, o que mais quero;
me perder no abismo dos desejos
Amanhecer no quântico silêncio dos sonhos
Uma noite, só isso, nada mais.

Distorcer/Decorar

Infelizmente todos, sem exceção, temos a péssima mania de julgar os outros como forma de tentar desvendar o interior da pessoa, conhecendo-a ou não. As vezes fazemos esse julgamento devido a necessidade de conhecer e entender mais sobre alguém, ou mesmo, no que queremos que este seja, onde, acabamos por distorcer a imagem de uma pessoa que, as vezes, nem conhecemos direito. Ou quando fazemos uma critica, que julgamos construtiva, a algum amigo que pode não entender a nossa intenção, criando então um conflito. Primeiramente devemos olhar para os nossos atos antes de julgarmos ao próximo. Sei que isso soa um tanto quanto clichê, mas é o mais sensato e correto a se fazer, pois assim não nos tornamos meros hipócritas. Como diz a música ( por sinal, é um tanto quanto irritante): "cada um no seu quadrado". Olhar sempre a si antes de falar dos outros.

"E o vento levou"

Solidão. Como posso me sentir tão só diante de tão vasto mundo? Nem minha família, nem as pessoas que dizem ser meus amigos, conseguem saciar esse sentimento. Talvez eles me causam tanta dor. Possuo a sensação de que tudo o que fiz em 17 anos foi em vão, como se tudo fosse construído de um material tão frágil que qualquer movimento, qualquer toque, qualquer assopro, qualquer vento, levasse tudo. Pode ser que o motivo de tudo isso seja eu, mas também pode ser que não. Me sinto tão diferente. Sinto que atrapalho as pessoas à minha volta. Justo eu quem gosta de agradar a todos. Por que? Seria merecimento ou castigo? Sinto que não possuo o apoio de quem gosto no momento em que mais preciso, como se tudo não passasse de uma farsa. Talvez o mundo seja uma farsa. Talvez o que eu sinto seja uma farsa. Indecisão, angústia, medo.