quarta-feira, 4 de novembro de 2015

ensaio sobre um desabafo

tenho em mim
todas as dores do mundo

o peso da consciência em um tempo de alienação
Mil toneladas, três mil, quatrocentas mil! me esmagam em todo amanhecer

violência contra mulheres, negros, travestis, homossexuais, crianças, animais
somos violentadxs pelo estado, pelas instituições, pela população

todos nascemos da mesma placenta desse planeta azul
será que não conseguem enxergar?
somos irmãos em terra destruídos pelo poder
por uma disputa que não é nossa
por uma disputa que nos é incentivada
por uma disputa que não tem sentido algum

até quando esse golpe vai durar?
até quando?

diante toda esfera de macro e micro poderes
sinto-me adoecer, de corpo e alma,
frente a tudo que vai pelo lado oposto do altruísmo humano
fomos soterrados em terra, e sequer sabemos que fomos adestrados para sermos mortos!
para sermos dóceis. para sermos disciplinados.

mas frente a toda essa castração, sou afetada por esperanças
atravessadas por pensamentos otimistas, ainda que fracos
até porque o dia em que eu desistir
estarei morta.

Lutemos!



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